segunda-feira, junho 29, 2009

Sem Saída

De: James Watkins. 2008.
Com: Kelly Reilly, Michael Fassbender, Tara Ellis, Jack O'Connell, Finn Atkins, Jumayn Hunter, Thomas Turgoose, James Burrows, Thomas Gill, Lorraine Bruce, Shaun Dooley, James Gandhi, Bronson Webb, Lorraine Stanley, Rachel Gleeves, Mark Devenport e Alex Palmer.
Sinopse: Steve (Fassbender) planejou um fim de semana romântico com sua namorada Jenny (Reilly), à beira de um belo lago, onde pretende pedir a mão dela em casamento. Logo que chegaram, foram incomodados pela presença de adolescentes arruaceiros, que não gostaram nem um pouco dos visitantes. Depois de um acidente entre os grupos, o líder da gangue adolescente, Brett (O'Connell), instiga seus amigos a apedrejar o carro do casal e segui-los pela floresta. Em pouco tempo Steve é pego, amarrado e torturado pelos garotos. Jenny assiste a tudo e tenta fugir para buscar ajuda e salvar a sua vida e de seu noivo.
Crítica: Filme inglês de horror com estética slasher, cheio de virtudes e qualidades, que prova mais uma vez que os ingleses não estão para brincadeira, mostrando que sabem lidar muito bem com o gênero de uma forma mais consistente, real e interessante que os americanos (especialistas em fazer muitas tosqueiras que em nada contribui à classe)!
A premissa do enredo não tráz nada de novo ou original (que já não tenhamos visto em outros filmes algo parecido), mas num todo o resultado me foi bastante satisfatório, pra quem curte esse tipo de produção, se trata de um longa absurdamente obrigatório!
Um casal apaixonado combina de passar um fim-de-semana romântico numa cidade afastada, uma região pacata em meio a uma área florestal, Steve (Fassbender), com o plano de pedir sua amada em casamento, leva sua namorada Jeny (Reilly) nesse passeio de carro, a princípio muito sossegado e tranquilo, essa interatividade com a natureza, esse momento a dois de intimidade e curtição entre o casal, até que, ao acamparem na margem do "Eden Lake", um lago idílico dentro da reserva natural, os problemas começam quando são incomodados por um cão da raça Rotweiller, pertencente à um grupo de adolescentes (jovens de 10 à 13 anos), vários garotos e uma garota da vila mais próxima, que chegaram em seguida até o local onde o casal tomava sol, ao reclamar do cachorro Steve percebe uma enorme hostilidade da garotada que passa então a importunar o casalzinho com brincadeiras e piadas de mal gosto!
Iniciá-se então uma inimizade que já diz tudo, naquilo que veremos pela frente no restante do longa, o que parecia ser uma brincadeira acaba se tornando um inferno na vida do pobre casal (nenhum pouco preparado pra viver tal experiência), que se vê lutando pela sobrevivência em meio a floresta, após terem o carro roubado, seguido anteriormente é claro de outros fatores que os levaram à isso!
A partir daí, o filme cresce na intensidade, o clima de tensão e aflição fica a flor-da-pele, o diretor estreante consegue dá um ritmo frenético e insano na temática proposta, explorando momentos de pânico e pavor com enorme eficácia e qualidade nas altas doses de violência, atrocidade, tortura física e psicológica a qual os protagonistas são submetidos, coisa que não se imagina que iríamos ver logo que o filme inicia, o casal não demora pra perceber que a ameaça se torna real (uma questão de vida ou morte), ao serem caçados de maneira cruel pela gangue de adolescentes (que usam bicicletas pra se locomoverem mais rápido), liderados por um psicopata em meio ao grupo, o cabeça da turma, um menino que manda e desmanda nos demais, instigando todos a cometerem as piores barbaridades, sendo que alguns não concordam com suas atitudes, mas acabam fazendo de medo dele, tem duas cenas no filme um tanto perturbadoras na violência, pois vemos ali adolescentes, alguns ainda crianças, no papel dos criminosos realizando coisas como se fossem pessoas adultas, com uma mentalidade surpreendente na maldade e na crueldade dos atos, o que não chega a ser um espanto (isso já se viu em outros filmes), mas que não deixa de chamar atenção dentro do contexto visto aqui!
Mas a justificativa de tudo isso fica bem exposta no filme, a violência não é meramente gratuita e ponto final, vendo o dito cujo entende-se o intuito da coisa toda, que leva para um lado bem óbvio naquilo que o filme quis passar, como não sou estraga prazer, é claro que não relatarei tudo aquilo que assimilei e entendi, tem coisas que fica melhor cada pessoa ver e tirar suas próprias conclusões!
Bom, depois de um ponto fica inevitável a torcida por Jenny (a namorada), apesar da mesma não passar muito carisma, que até dá uma de heroína da história em momentos em que o espectador (pelo menos eu) fui obrigado a tirar o chapéu pra certas atitudes corretas que a moça toma, que poderiam ter sido mais alongadas, nessa parte, se vê uma grande falha no filme, ficou aquele gostinho de quero mais, nos elementos que acabaram rapidamente, se determinadas situações tivessem continuidade o filme teria sido ainda melhor do que foi, resultando em algo mais chocante e macabro, melhor ainda, teria sido mais polêmico e aterrorizante, fazendo o filme subir à um patamar muito mais favorável a nível de avaliação!
O alemão Michael Fassbender (de "Hunger") chama a atenção novamente (não pela atuação), mas pelo personagem em si, que sofre pra caramba todo tipo de violência e humilhação (coisa já vista no filme citado e também comentado aqui no blog), percebe-se que o ator adora pegar papéis sofridos (ou é o agente que não gosta dele..rsrs..), já são 2 filmes seguidos que o cara aparece num personagem que passa por mals bocados..hehe..
A inglesa Kelly Reilly (no papel da namorada), é outra que não é poupada no fator sofrimento da personagem que não faz o tipo da histérica e escandalosa nos momentos de maior tensidade, atriz esguia com corpinho de modelo, que pouca gente conhece, mas que esteve em filmes vistos do tipo: "Sra. Henderson Apresenta" (Mrs. Henderson Presents), "Orgulho e Preconceito" (Pride and Prejudice), "Bonecas Russas" (The Russian Dolls), e "O Libertino" (The Libertine); e que está no elenco de "Sherlock Holmes", novo filme de Guy Ritchie!

Destaque também para o jovem ator Jack O'Connell, no papel do vilão mor da gangue, que ao meu ver, mandou muito bem no papel que lhe foi dado, um sujeitinho arrogante, antepático, frio, maldoso e perverso, resumindo, bem filha da puta..hahaha..!!!O final foge do convencional em filmes do gênero, mas que poderia ter sido mais caprichado na execução, repito o que disse antes, o diretor teve boas idéias na resolução dos fatos dos últimos 15 minutos, só que não soube aproveitá-las, optando por dar um desfecho mais direto ao ponto, digamos assim, que lógico não irei revelar, coisa que renderia mais uns 2 parágrafos só pra comentar o que que foi aquele final!

Enfim, um filme que começa legal, cresce bastante na metade, mas que deixa um pouco a desejar no clímax, que é longe de ser ruim, mas que ficou devendo um algo mais, pra daí sim, o filme ter crescido no meu conceito! Mas pra um diretor estreiante ter conseguido realizar diversas coisas que pro meu gosto foram bem elogiáveis, não à muito o que se reclamar também, o cara tira leite de pedra de um gênero altamente desgastado, na qual já se foi feito de tudo, portanto, a de se reconhecer os méritos dele pra isso, mas não é a primeira vez que o cinema de horror/terror inglês consegue surpreender: "Abismo do Medo" (The Descent), "Todo Mundo Quase Morto" (Shaun of the Dead) e "Cães de Caça" (Dog Soldiers), são outros que gostei bastante, entre outros que agora não lembro, que comprovam a qualidade dos filmes recentes oriundos daquele país!!!

Nota 7.0!

Visto em Junho/2009

3 comentários:

altieres bruno machado junior disse...

Olá Dewonny

Depois da sua crítica quero muito ver esse filme. É bem no estilo que eu gosto. VALEU PELA DICA!

Abraços e até mais.

Gustavo disse...

Geralmente tenho olhar desconfiado para filmes assim, mas gostei do que li (e das fotos também). Despertou o interesse.

Dewonny disse...

Altieres, se é no estilo que vc gosta, a chance de vc curtir é grande..hehe..

Gustavo, sei q é difícil filmes desse tipo agradar à todos, espero q esse te sirva!

Abs! Diego!